ORIENTAÇÕES PARA A SONDAGEM DAS HIPÓTESES DE ESCRITA
A sondagem das hipóteses de escrita é um dos recursos de que o professor dispõe para conhecer as ideias que os alunos ainda não alfabetizados já construíram sobre o sistema de escrita, e então planejar as atividades didáticas. É também um momento no qual os alunos têm a oportunidade de refletir sobre aquilo que escrevem. As produções dos alunos (amostras de escrita) são organizadas em um portfólio e o resultado do desempenho é registrado no mapa da classe.
Vale ressaltar que o registro da análise da escrita deve ocorrer tão logo o professor tenha acesso aos conhecimentos dos alunos e o mapa de classe deve ser atualizado periodicamente. Se o aluno tem um avanço significativo na sua hipótese de escrita no meio do bimestre, o mapa deve ser alterado, porque deve expressar o desempenho real da classe. A sondagem inicial deve ser realizada nas primeiras semanas de aula, assim como as atividades – para que os alunos (principalmente os que ainda têm hipótese de escrita pré-silábica) possam avançar na aquisição do sistema de escrita.
As sondagens devem ser feitas no início das aulas (em fevereiro), no início de abril, no final de junho, no final de setembro e no final de novembro.
Primeiro faça a sondagem com todos os alunos para identificar os que ainda não escrevem alfabeticamente. Com estes, repita posteriormente a avaliação, com um aluno de cada vez, acompanhando o que ele escreve, pedindo que leia o que escreveu e anotando os detalhes de como realiza a leitura. Deixe o restante da turma envolvido com outras atividades que não solicitem tanto sua presença (a escrita de uma cantiga, a produção de um desenho etc.). Se necessário, peça ajuda ao diretor, ao coordenador ou a outra pessoa que possa lhe dar esse suporte.
Procedimentos:
1. Entregue aos alunos uma folha de papel sem pauta e um lápis.
2. Oriente as crianças para que escrevam uma palavra embaixo da outra, uma lista.
3. Exemplifique na lousa com palavras que não pertençam à lista a ser ditada.
4. As crianças não devem usar borracha, já que todo registro será útil para a avaliação; contudo, se o aluno mudar de ideia quanto à sua escrita, poderá escrever novamente a palavra.
5. Dite normalmente as palavras, na seguinte ordem: polissílaba, trissílaba, dissílaba e monossílaba, e, em seguida, a frase, sem silabar. Lembre-se de que as listas devem ser do mesmo campo semântico (brinquedos, frutas, animais, brincadeiras, merenda escolar etc.).
6. Observe a reação dos alunos enquanto escrevem. Anote o que eles falarem em voz alta sobre a escrita, sobretudo o que eles pronunciarem de forma espontânea (não obrigue ninguém a falar nada).
7. Quando terminarem, peça para que leiam aquilo que escreveram. Anote em uma folha à parte como eles fazem essa leitura, se apontam com o dedinho cada uma das letras ou não, se associam aquilo que falam à escrita etc.
8. Faça um registro da relação entre a leitura e a escrita. Por exemplo, o aluno escreveu K B O e associou cada uma das sílabas dessa palavra a uma das letras que escreveu. Registre:
7. Quando terminarem, peça para que leiam aquilo que escreveram. Anote em uma folha à parte como eles fazem essa leitura, se apontam com o dedinho cada uma das letras ou não, se associam aquilo que falam à escrita etc.
8. Faça um registro da relação entre a leitura e a escrita. Por exemplo, o aluno escreveu K B O e associou cada uma das sílabas dessa palavra a uma das letras que escreveu. Registre:
K B O
Pre sun to
9. Pode acontecer que, para PRESUNTO, outro aluno registre BNTAGYTIOAMU (ou seja, utilize muitas e variadas letras, sem que seu critério de escolha dessas letras tenha alguma relação com a palavra falada). Nesse caso, se ele ler sem se deter em cada uma das letras, anote o sentido que ele usou nessa leitura.
Por exemplo:
BNTAGYTIOAMU
______________
Essas produções serão utilizadas como registros do processo de aprendizagem, analisadas e os resultados serão anotados no mapa da classe. Caso haja dificuldades em diagnosticar alguma escrita, é interessante analisar em conjunto (professor e PC e, inclusive, na HTPC), como situação de formação para os professores. Se não chegarem a uma conclusão satisfatória, o PC pode levar a questão para o encontro de formação do Ler e Escrever e ampliar a discussão. De qualquer modo, o importante é que haja atenção para as produções do aluno, se busque saber o que ele sabe e que intervenções são necessárias para que avance.
Essa avaliação capta um momento do processo e, eventualmente uma escrita não terá um diagnóstico conclusivo, mas certamente a análise constante das escritas que o aluno vai produzindo permitirá que o professor se oriente sobre a melhor forma de subsidiá-lo para que avance.
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